26 novembro 2015

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE A UMBANDA E ORIXÁS


                                           

Mãe Kathia de Oxalá da casa de Umbanda Pai José de Aruanda

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE A UMBANDA E ORIXÁS

A umbanda se manifestou pela primeira vez em 15 de novembro de 1908, através do jovem médium Zélio de Morais, com a incorporação do caboclo das sete encruzilhadas esse foi o marco inicial do movimento umbandista no Brasil.

Não é fácil falar sobre esta religião, na verdade ela tem uma sistemática própria toda uma ciência independente e complexa, bem diferente do candomblé e do kardecismo que muitas vezes duvidam da seriedade da umbanda. Uma das regras ditadas pelo caboclo é a simplicidade, sendo primordial a fé, esperança e caridade. Em outro momento poderei falar mais sobre ZÉLIO.

Falarei agora sobre os orixás na umbanda

Os orixás são muito comentados dentro dos cultos afro-brasileiros. Podemos dizer que os orixás são espíritos elevadíssimos e que jamais vem a Terra. Todos vivem no astral e obedecem a uma hierarquia sempre de cima para baixo até nossos caboclos, pretos velhos mestres e crianças.

OGUM; é identificado como guerreiro. OXALÁ como velho sábio. A visão humana do orixá está mais ligada a área da umbanda popular e do candomblé, já que trata de uma construção mítica por isso e mais fácil ser assimilada pelo leigo ou pelo recém iniciado. Mais e essencial que o umbandista tenha em mente que o orixá está muito além do sentimento e conflitos humanos e que as lendas vem apenas para ilustrar TENDENCIAS.

Dentro das sete linhas de umbanda estão os orixás

ORIXALÁ; considerado o pai de todos os orixás, do branco da paz e da pureza.

OXOSSE; o caçador, que provem o alimento, responsável pela mata (SÃO SEBASTIÃO)

OGUM; o senhor da guerra vencedor de demanda um dos mais populares do Brasil, considerado o senhor do ferro.

XANGÔ; rei do reinado de oyô segunda tradição Yoruba, está associado a força e ajustiça. (São João, Pedro e Santo Antonio.)

OBALUAÊ; este nome da forma nova ao orixá quer dizer SENHOR DE TODA TERRA sua forma velha recebe o nome de OMULU São Lazaro) responsável por todas as doenças.

OXUM MARÉ; é representado pelo arco-íris, reza a lenda que ele é seis meses homem e seis meses cobra.


Os orixás femininos são ligados a energia lunar.

IEMANJÁ; orixá mais conhecido no Brasil. Tradicionalmente se ofertam presentes a esta grande mãe, associada a procriação no sincretismo Nossa Senhora)

OXUM; está associada a maternidade, rege a força das águas doces de rios fontes e cachoeiras (sincretismo Nossa Senhora de Aparecida)

IANSÃ; orixás dos ventos e das tempestades detém o controle dos éguas (espíritos dos mortos. (Santa Barbara)

NANÃ; orixá da lama do reino das almas, avó dos orixás

OBÁ; orixá ligados a águas revoltas, domina sobre a guerra dona do fogo raio e trovão.



Areia Branca R/N


Mãe Kathia de Oxalá sacerdote da casa de umbanda Pai José de Arauanda

25 novembro 2015

Nesse último sábado, 21 de novembro, na Tenda de Umbanda Pai Joaquim D'Angola e Exú Tiriri, realizamos uma linda homenagem ao Orixá Iansã.









Nesse último sábado, 21 de novembro, na Tenda de Umbanda Pai Joaquim D'Angola e Exú Tiriri, realizamos uma linda homenagem ao Orixá Iansã. Agradecemos a todos que participaram e contribuíram para essa linda festa. Em especial a Renata Bertagna, sua mãe e amiga Márcia, pelo carinho e dedicação com os acarajés de Iansã. 
Que nossa Mãe Iansã traga ventos de paz, amor e alegria, e que nos dê uma faísca de raio de sua proteção. 
Eparrey Iansã!

16 novembro 2015

Bandeira da Umbanda 3º Dia da Umbanda em Limeira 15/11/2015


Ontem, dia 15/11/2015 realizamos o 3º Dia da Umbanda em Limeira, amparado pela Lei Municipal nº 5172/2013, no Ginásio Domingos de Felice, organizado pela Confraria dos Pretos Velhos de Umbanda.
Foi maravilhoso!
Agradecemos a todos que ajudaram na preparação do ginásio.
Agradecemos aos parceiros colaboradores:
Escola Legislativa, Prefeitura de Limeira, Secretaria da Cultura, Secretaria de Esportes, Odebrecht Ambiental, Abeafro, SensorialFm Web, União Regional Umbandista da Zona Oeste da Grande São Paulo, Federação Mãe Senhora Aparecida, Santuário Da Umbanda Fugabc, SOI, Capoeira IUNA de Limeira, Estúdio Leandro Scavassani, Mironga Artigos Religiosos e Esotéricos, Para Sempre Umbanda, Editora Portais de Libertação, Federação Umbandista Carapicuibana, MPU, Expositor Pai Cipriano, Expositor Corine Moché, Expositor Luciana. 
Agradecemos imensamente a paticipação de:
Tenda de Umbanda Pai Joaquim D´Angola e Exú Tiriri - Limeira/SP, de Mãe Zilda Dias Fernandes, Templo de Umbanda Vovó Catarina e Baiano Zé do Côco - Carapicuíba/SP, de Mãe Dirceia Fernandes, Tenda de Umbanda Pai Benedito de Aruanda e Boiadeiro Zé do Laço - Nova Odessa/SP, Tenda de Umbanda Caboclo Samambaia e Vó Joana - Capivari/SP, de Mãe Cintia X Marcos, Mãe Sonia Aparecida Gomes, da URUZOGSP, Centro de Auxilio Espiritual Filhos de Aruanda - Ribeirão Preto/SP, de Pai Reinaldo de Oliveira, Fraternidade Socorrista Mãe Iemanjá e Baiano Zeferino - São Paulo/SP, de Mãe Bel Passos e José Octavio N. Passos, Tenda de Caridade Caboclos de Aruanda - Americana/SP, de Pai Adilson Ramos e MãeChristianne Rodrigues, Pai Gilberto Egidio Carbonari de Limeira, Noeli Martins de Conchal, Tenda de Umbanda Chico Feiticeiro e Mané Baiano - Limeira/SP, de Mãe Nesilda e Pai André, Centro Espírita Sebastião Peres e Lurdes Bueno - Limeira/SP, Andrrsn Leandro Monteiro, Casa de Pai Meu - Limeira/SP, Oga Franklin Santos, Jose Benedito de Barros (Ieg Limeira, COMICIN), Djalma Santos Santos (CONEPIR), Ana Evangelista da Silva (Pastoral Afro da igreja Católica de Limeira), Joyce Hailer (Escola Legislativa), Stella Padilha Migliano e família, Humberto Ramos (CEDECA), Missionária Rosana (Igreja Evangélica Afro Americana em Limeira), Rosemeire Silva (Grêmio REcreativo Limeirense e COMICIN), Eliza Gabriel da Costa (Conselho Estadual e Comitê Técnico da Saúde da População Negra do Município de Limeira), Tenda de Umbanda Luz de Iemanjá - Santa Bárbara D´Oeste/SP, Mãe Gisele Ferreira, Pai Leandro de Ogum e Pai Jeferson de Oxóssi, Diego Chagas (Secretaria da Cultura), Tenda de Umbanda Exu Marabo e Caboclo Pena Branca - Limeira/SP, Pai Fernando,Cristiano Santo Ramos
Nesse dia realizamos uma singela homenagem a Pai Claudio Franco de Lima, da URUZOGSP representado pela Mãe Sonia Aparecida Gomes e filhos da União.

Muito obrigado a todos pelo carinho e axé!
Salve o Caboclo das Sete Encruzilhadas!
Salve Pai Antônio!
Salve Pai Zélio de Morais!
Salve a Umbanda!




 


















Dia 15 de Novembro dia Nacional da Umbanda (História da Umbanda No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes)

História da Umbanda



No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos “ataques”. Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.

Esses “ataques” do rapaz,eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.

Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava endemoniado.

Alguém da família sugeriu que “isso era coisa de espiritismo” e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.

Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: “Aqui está faltando uma flor”. Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.

O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o “seu atraso espiritual” e convidando-os a se retirarem.

Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: −”Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor ?”

Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.


Um médium vidente perguntou: − “Por quê o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?

− “Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados.”

− “O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro.”

Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:

− “Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”

O vidente retrucou: −”Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto” ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:

− “Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei”.

Para finalizar o caboclo completou:

− “Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?”

No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.

Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.

A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.

O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.

A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.

Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.

O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.

Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:


“− Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá.”

Após insistência dos presentes fala:

“− Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego.”

Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:

“− Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca.”

Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de “Guia de Pai Antonio”.

No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.

Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.

Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.

Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. “Não os aceite. Devolva-os!”, ordenava sempre o Caboclo.

A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.

O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços.

Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.

Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos às suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia, ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.

Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la: “A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem.

É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô.

Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda.

A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou.

Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.

Que o nascimento de Jesus, a humildade que ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos.


Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas.”


Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.
  

Neste imóvel, localizado na rua Floriano Peixoto, nº 30, em Neves, Niterói – RJ iniciou-se a religião de Umbanda, anunciada no dia 16 de novembro de 1908, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Cabana do Pai Antônio – Neste espaço Umbandista, Zélio Fernandino de Moraes dava segmento aos trabalhos caritativos, através do iluminado e querido Preto Velho Pai Antônio. Localizava-se em Boca do Mato, Distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ.




Fonte – Sociedade Espiritualista Mata Virgem
http://www.fucavaleirosdearuanda.com.br/filosofia/hostoria-da-umbanda

12 novembro 2015

MÃE MENININHA DO GANTOIS (1894-1986)


Escolástica Maria da Conceição Nazaré foi o nome de batismo de Mãe Meninha do Gantois. Neta de escravos, ela nasceu em 10 de fevereiro de 1894, na cidade de Salvador. O Terreiro do Gantois foi fundado por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, em 1849. O popular nome do terreiro veio do francês (belga?) que era proprietário do terreno onde o templo foi construído.

Mãe Menininha foi iniciada nos rituais pela tia Pulquéria, sua antecessora. Quando assumiu a liderança do terreiro, escolhida pelos orixás, ainda não tinha 30 anos completos e, inicialmente, sua juventude não foi bem vista pelos adeptos mais antigos. Porém, com sua doçura, carisma e diplomacia, Mãe Menininha mudou esta situação. Nos mais de 60 anos em que liderou o Terreiro do Gantois, como relações públicas de sua religião, sempre se mostrou disponível para explicar o candomblé a quem se interessasse. Além disso, sempre teve um ótimo relacionamento com governantes, artistas e intelectuais e também conquistou o respeito de líderes de outros terreiros e até de sacerdotes católicos.

Como ialorixá, ela enfrentou o preconceito que a sociedade tinha em relação aos adeptos do candomblé. Não havia liberdade de culto e os terreiros eram freqüentemente invadidos pela polícia, sofrendo muitas perseguições e violência. Na década de 30, a Lei de Jogos e Costumes era mais tolerante ao candomblé, mas ainda assim as festas só podiam ser realizadas em determinados horários e mediante autorização por escrito. A situação só mudaria em 1976, quando o então governador da Bahia, Roberto Santos, sancionou um decreto liberando as casas de candomblé da obtenção de licença e do pagamento de taxas à delegacia de Jogos e Costumes.

Mãe Menininha do Gantois foi a ialorixá mais famosa do país. Sob seu comando, o Terreiro do Gantois logo se tornou um dos mais procurados e respeitados da Bahia. Para muitos pesquisadores, a popularidade e o reconhecimento que Mãe Menininha alcançou foram de fundamental importância para aumentar a aceitação do candomblé na sociedade.Casou-se com o advogado Álvaro McDowell de Oliveira, descendente de ingleses, e com ele teve duas filhas, Carmem e Cleusa, que a sucedeu no terreiro.

Mãe Menininha recebeu muitos títulos, homenagens e medalhas. Uma das que mais gostava era a dos Filhos de Gandhy, que a nomearam madrinha do afoxé. Em 1972, Dorival Caymmi compôs a famosa música Oração a Mãe Menininha, que trazia os versos: "A beleza do mundo, hein? Tá no Gantois./ E a mão da doçura, hein? Tá no Gantois./ O consolo da gente, ai. Tá no Gantois.../ Ai, minha mãe. Minha Mãe Menininha".

Além dele, Jorge Amado, Antônio Carlos Magalhães, Vinícius de Moraes, Maria Bethânia e Caetano Veloso eram algumas das inúmeras personalidades que se aconselhavam com Mãe Menininha. Em 1994, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um selo comemorativo para marcar o centenário de seu nascimento.


Mãe Menininha morreu em 13 de agosto de 1986, aos 92 anos, na cidade de Salvador.

Fonte: http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/menininhadogantois

10 novembro 2015

Sec de gabinete civil da prefeitura de Natal CRDH PM NATAL em pauta com movimento diversidade étnico racial do estado - R/N

O blog Mariano de Xangó parabenizar o meu irmão de fé Fernandes José Josimar Rocha pela sua luta diariamente pelo nosso espaço




Sec de gabinete civil da prefeitura de Natal CRDH PM NATAL em pauta com movimento diversidade étnico racial do estado garantia efetiva conseguidas hoje conferencia NATAL ÉTNICO RACIAL, CONSELHO NATAL POLITICAS PUBLICAS ÉTNICO RACIAL, GT DE CRIAÇÃO DO CONSELHO PEPIR NATAL, EFETIVIDADE NAS LEIS 10645/03 E 11645/08 NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO RETOMADA DO FÓRUM PERMANENTE ERER MUNICIPAL...FORTALECIMENTO DO 20 NOVEMBRO E FESTA DE YEMONJAR NO CALENDÁRIO DA CIDADE E GARANTIA EFETIVA POR PARTE DA PREFEITURA DA EFETIVAÇÃO DAS POLITICAS PUBLICAS ERER COM CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL ERER NATAL AXE AXE AXE... DIA MEMORÁVEL PARA NOSSAS HISTORIAS ...REITERAMOS A ARTICULAÇÃO DA COEPPIR RN NESTA LUTA CONOSCO...

08 novembro 2015

Bahia ganha comitê para combater intolerância religiosa


Há quem diga que o baiano é versátil quando o assunto é religião. Isso porque é comum ver cristãos reverenciando orixás, por exemplo. Mas, ainda assim o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, vinculada à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), contabilizou 11 casos de intolerância religiosa, na Bahia, entre janeiro e junho deste ano.

Na tentativa de combater as agressões desse tipo, líderes religiosos lançaram, nesta sexta-feira, 6, no centro espírita Cidade da Luz, em Pituaçu, o Comitê Interreligioso da Bahia (Cirb). O grupo, que já tem três meses, pretende reunir cidadãos de diversas religiões para discutir meios de disseminar o respeito entre os religiosos.

A proposta é que, a cada 15 dias, os integrantes se reúnam para discutir a questão - cada encontro será promovido em uma sede religiosa. O próximo vai ser no dia 14 de novembro, no Templo Cacique Pena Branca, no Caji, Lauro de Freitas, a partir das 10h - aberto ao público.

Presidente da comissão, o padre Alfredo Dorea, da Instituição Beneficente Conceição Macêdo (IBCM), explica que qualquer pessoa pode integrar o grupo, basta querer agregar conhecimento e ter "boa vontade" para promover diálogos.

"Estamos de portas abertas para acolher a todos. Não necessariamente lideranças religiosas, qualquer pessoa pode participar do comitê sem ter o aval da presidência das entidades, simplesmente porque quer trabalhar em favor do bem. Estamos vivendo um momento complicado, em que as pessoas se machucam e se ferem em nome da fé. O que queremos é que cada um possa viver na beleza de ser o que é", frisou o padre Alfredo.

Iniciativa

Ele conta que o comitê surgiu a partir da união de líderes religiosos que se encontravam, eventualmente, em trabalhos beneficentes e decidiram se unir em prol da causa. Atualmente, fazem parte da comissão, o Pastor Djalma Torres; Mãe Jaciara Ribeiro da Abassa de Ogum; Mãe Daya Dias, Leonardo Lima e Caio Novais de Brito Cunha, do Templo Cacique Pena Branca; Pai Raimundo, do Centro Umbandista Paz e Justiça Dr. Geraldo Ramos e espírita José Medrado e o padre Alfredo.

O espírita José Medrado explicou que o comitê também quer incentivar as denúncias de intolerância religiosa, com o objetivo de intensificar essa discussão na sociedade. Segundo ele, além das reuniões quinzenais, a comissão tem estudado formas de utilizar o serviço jurídico nas questões levantadas e nas denúncias efetuadas.

Para Medrado, a palavra tolerância, no que diz respeito à religião, deveria ser substituída por respeito. "O grande problema do ser humano é a vivência de uma religião como se fosse um clube de futebol ou um partido político, para competir verdades. No momento que o homem deixar de querer competir verdades e se agregar no que se converge - a fé, o amor, a caridade -, eu tenho certeza que essas questões menores, ideológicas e doutrinárias, se diluirão, para emergir o que é realmente um processo de religiosidade", defende.

O umbandista Pai Raimundo afirmou que o comitê vai falar de amor. "É o que falta em algumas casas religiosas. É preciso tomar cuidado com o que é dito para os fiéis. Somos formadores e de opinião e o que falamos pode ser disseminado por aí. É difícil ser líder religioso, porque, às vezes você fala 'A' e entendem outra coisa", pontuou.


07 novembro 2015

Palavras de Mariano de Xangó para o saudoso Pai de Santo José Jaime Rolim o nosso Zé do Zé

Muita saudades meu mestre.
 

sacerdotes do culto á Umbanda da nossa terra Areia Branca R/N
sei que o senhor não esta mais entre nós materialmente 
mais tenho certeza que espiritualmente sim

Amigos desculpa a qualidade do som porque onde gravei tinha muito vento mais mesmo assim da para 
entender

Palavras de sua filha Anne Rolim
Hoje é uma data especial e ao mesmo tempo triste. Seria um dia de festa, bolo, amigos reunidos, se o personagem principal desta festa não tivesse partido para o plano superior, MEU PAI. Ficam as boas lembranças, saudades dos momentos em que Deus permitiu sua estadia aqui no plano terreno. 
O que me dá paz e acalma meu coração é a certeza que meu encontro com você tem se feito mais constante e a cada abraço minhas forças e equilíbrio são restaurados. Nunca duvidei que você estaria do nosso lado PAPAI, TE AMO.

Parabéns Mãe Lucia Helena de Exú

O blog Mariano de Xangó parabeniza a sacerdotisa Mãe Lucia Helena de Exú por mais um ano de vida, que o grande arquiteto do universo proteja a senhora,
uma mulher de muita garra e Fé uma lutadora da nosso religião.

algumas fotos do dia a dia de uma mulher guerreira.