29 junho 2011

Qualidades do Orixá Oxum





Divindade calma veste-se sempre de cores claras, de preferência amarelas que é a sua cor consagrada; porém, dependendo da qualidade, òsun guerreira pode vestir-se de cor de rosa, òsun velha de branco e azul claro; òsun Ijimu, por exemplo, usa uma saia azul claro, òja e adé cor de rosa. Òsun leva na mão direita seu leque ritual, o abèbé de latão ou qualquer outro metal dourado, com uma sereia, um peixe ou até mesmo uma pequena pomba no centro.
O número de òsun sendo dezesseis, o colar terá dezesseis fios, dezesseis firmas (ou duas, ou quatro) que podem ser de divindades com as quais ela tem afinidade, ou com as quais sua filha estiver relacionada: Òsòsi, Sàngó, Yémánjá, por exemplo. Òsun dança os ritmos ijesa, com passos miúdos, segurando graciosamente a saia.
O toque Ijèsà é ritmado como o balanço das águas tranqüilas, e muito apreciado pelos fiéis. Quando estão Presentes Òsòsi e Logun Edé acompanham òsun. ògún também dança com òsun os ritmos Ijèsà, assim como òsányín. No terreiro jeje do Bogun, òsun (ÍYÁLODE) dança o bravum como Naná. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias, anéis e pulseiras. No dia do deká de uma filha de Yasan (Oya Bale) daquela casa, òsun manifestou-se para disputar Sàngó, empurrando-a e dançando, provocante, diante do deus do trovão.
Dizem que há dezesseis òsun; obtive dados sobre as seguintes:

- ÒSUN ABALÔ é uma velha Òsun, de culto antigo, considerada Iyá Ominibú, tem ligação com Oyá, Ogun e Oxóssi, veste-se de cores claras, usa abebé e alfange.
- ÒSUN IJÍMU ou Ijimú, é outro tipo de Òsun velha. Veste-se de azul claro ou cor de rosa. Leva abèbé e alfange, tem ligação com as Iyamís, é responsável por todos os Otás dos rios.
- ÒSUN ABOTÔ também uma velha oxun de culto antigo, ligada as Iyamís, feiticeira, carrega abebe e alfange, tem ligação com Nanã, Oyá de culto Igbalé.
- ÒSUN OPARÁ ou Apará seria a mais jovem das Òsun, e um tipo guerreiro que acompanha Ògún, vivendo com ele pelas estradas; dança com ele quando se manifestam, juntos numa festa; leva uma espada na m ão e pode vestir-se de cor de marronavermelhado,a Senhora da Espada.
- ÒSUN AJAGURA ou Ajajira, outra òsun guerreira que leva espada, jovem, tem ligação com Yemanjá e Xangô
- YEYE OKE Oxun jovem guerreira, muito ligada a Oxóssi, carrega ofa e erukere
- YEYE ÌPONDÁ é também uma òsun Guerreira ligada a Ibuálàmò. Yeye Pondá é rainda da cidade que leva seu nome Ìponda, leva uma espada e veste-se de amarelo ouro e branco quando acompanha Oxaguiã.
- YEYE OGA é uma òsun velha e muito guereira, carrega abebe e alfange
- YEYE KARÉ é um osun jovem e guereira, ligada a Odé Karè, Logun edé.
- YEYE IPETU é uma Oxun de culto muito antigo, no interior da floresta, na nascente dos rios, ligada a Ossaiyn.
- YEYE AYAALÁ- é talvez a mais ancestral dentre todas, veste-se de branco, ligada a Orunmilá e as iyamis, considerada a avó.
-YEYE OTIN- Osun com estreita ligação com Ínlè, ligada a caça e usa ofá e abebé.
-YEYE IBERÍ ou merimerin- Oxun nova, concentra a vaidade e toda beleza e elegância de uma oxun, dizem que er a Oxun de mãe menininha do Gantois.
-YEYE MOUWÒ- oxun ligada a Olokun e Yemanjá, grande poder das iyamís, veste-se de cores claras e usa abebé e ofange.
-YEYE POPOLOKUN- oxun de culto raro, ligado aos lagos e lagoas,
-YEYE OLÓKÒ- Oxun guerreira , vive na floresta nos grandes poços de água, padroeira do pôço.

autor: Candomblé mundo dos orixás

28 junho 2011

O efeito multiplicador – energia e magia na Umbanda


A Umbanda é uma Religião de tamanha intensidade e vivência, em que sempre se encontram temas muito interessantes.
Esses temas nos trazem novas observações e nos mostram o quanto a Umbanda se está expandindo em conhecimento e entrega á grande finalidade, que é a de trazer conforto espiritual e uma melhor compreenção da nossa passagem pela vida encarnada.
Encontrei este texto, que explicita bem o quanto se torna necessária a existência de alguns grandes factores norteadores na direcção de um Terreiro.
Esses factores, são de suma importância para a grande base primordial na construção de uma Corrente Espiritual de Umbanda forte e bem preparada:

Ordem - Conhecimento - Alegria - Ética - Prática - Dedicação - Altruismo.

O artigo que vos trago hoje, mostra a experiência de um Babalorixá em seu pleno direito de reconhecimento da sua própria evolução espiritual e directiva, pois ao entender os outros, concerteza irá trazer novos desafios e novas benesses para a sua Comunidade Espiritual.

Leiam com atenção e parem um minuto para fazer uma pequena introspecção e avaliação.

Por mim, deixo uma frase deste texto, como um reconhecimento a todos os meus Filhos do Templo Sagrado de Umbanda, que sempre se nortearam e  primaram por este grandes factores:  Ordem - Conhecimento - Alegria -  Ética - Prática - Dedicação - Altruismo.

"..Agradeço a Deus e aos Orixás por termos uma corrente que entende sua função como corpo, como corrente em que cada elo é forte e ajuda o outro, e que mesmo diante de nossos erros, procuramos sempre melhorar e corrigir, com tranqüilidade e perseverança. "


Recentemente em visita a um outro terreiro de Umbanda, observei o efeito multiplicador dos atos praticados pelos médiuns em uma casa. Cheguei cedo, trinta minutos antes do início da gira, fiquei sentado em contemplação e observação.

Alguns médiuns já estavam na casa ajudando a arrumar o congá, recepcionando os visitantes e conversando entre si, mas sempre em voz baixa. Imediatamente as pessoas que chegavam ao terreiro abaixavam o tom de voz, iam sentando e conversavam com seus vizinhos de assistência em um volume muito baixo.

Logo depois iniciou-se um silêncio por parte dos médiuns, que estavam se concentrando, ou fazendo seus afazeres, mas em silêncio. Imediatamente a assistência diminuiu ainda mais o tom da conversa e mais, muitos ficaram em silêncio. O dirigente chega, e dá início aos trabalhos. A forma de condução era voltada para a introspecção e assim durante todo o trabalho a assistência observava a gira de forma muito silenciosa e com poucas conversas.

Mesmo quando os pontos eram entoados as pessoas o faziam de forma baixa, e assim quase ninguém da assistência ousava cantar. Depois de um certo tempo alguns médiuns sorriram para a assistência como se os convidassem a relaxarem, e muitos mudaram o ar de concentração para um ar mais relaxado, mais livre.

Quando alguns médiuns começaram a conversar, mesmo que de forma rápida, entre si, imediatamente a assistência também voltava a conversar. Quando as entidades chefes solicitavam a atenção e a força, todos os médiuns se voltavam para a entidade e exalavam sua fé, muitos dos presentes se comoviam, se emocionavam com esta reação.
Findado os trabalhos fui para a minha casa, e comecei a refletir sobre a gira, aprender com os trabalhos daquele terreiro, avaliar minhas práticas e meditar em como melhorar minha forma de conduzir as giras. Mas, entre um pensamento e outro me deparei com o efeito multiplicador da postura dos médiuns em um terreiro.

Assim passei a observar a nossa casa, como nos portamos e qual o efeito multiplicador de nossas atitudes. Em nossa casa por razões diversas estimulo as pessoas a conversarem a darem risada, a relaxarem a se sentiram em casa. Assim os médiuns quando chegam se abraçam e começam a conversar, imediatamente a assistência faz o mesmo, dão risadas conversam, e mesmo aqueles que estão indo pela primeira vez sentem este ar descontraído inicial e não se sentem constrangidos, pelo menos não aparentam isto.

Vou dar início aos trabalhos todos olham para o altar e então de mãos dadas iniciamos nossa gira cantando o hino da Umbanda. A assistência neste momento já se acomodou e as conversas quase que cessaram, todos se voltam para a gira em contemplação.

Quando conversamos sobre a Umbanda no início de cada trabalho, todos prestam atenção, todos querem absorver o conhecimento e assim a assistência também se concentra. Quando tocamos o atabaque e cantamos com devoção e dedicação, em nossa casa todos os médiuns cantam os pontos, concentramos nossas atenções para aquele Orixá, aquela parte do ritual percebo que muitos da assistência começam a cantar e outros ficam acompanhando o ritmo com as mãos, os pés ou a cabeça.
Abrimos para o passe, para a vibração, e todos se voltam para o altar e pedem em pensamento ajuda a todos os que ali estão, a assistência entra e sente este clima de oração e de ajuda. A seriedade e a dedicação contagiam os visitantes.

Mas da mesma forma que os aspectos positivos são contagiantes e multiplicadores, quando há displicência, conversas, desrespeito, muitos da assistência começam a perder o ar de contemplação alegre, e passam a desacreditar ou ao menos não sentir aquela união de força como sentiu anteriormente.
A postura do corpo mediúnico em uma casa é multiplicador dos estados emocionais da assistência, se todos nós percebêssemos este efeito tomaríamos muito mais cuidado com nossos atos e omissões durante, antes e depois da gira.

O corpo mediúnico unido e que segue o ritual de forma disciplinada, que acompanha o estilo de cada casa, já começa fazendo a magia da Umbanda antes mesmo da incorporação e da consulta. Seja em uma casa onde a introspecção e o silêncio são as formas, ou em uma casa em que a alegria e a disciplina em movimento são as regras, o importante é aderir ao tipo da casa de Umbanda, vestir a camisa, sentir a casa como sendo sua e se dedicar para que todos percebam como somos todos sacerdotes, discípulos em busca da fé e da caridade.

Saliento sempre que passo aos médiuns do nosso terreiro que a Umbanda é uma religião cujo ritual é exercido de forma coletiva, aqueles que compõem o corpo mediúnico são os sacerdotes, dirigidos e coordenados por um, mas todos são sacerdotes e como sacerdotes devemos ter a responsabilidade de multiplicar a paz, o amor e a fé. Quando permitimos que o desleixo a desatenção e o desrespeito se multipliquem, estamos indo contra o que pregamos.

Agradeço a Deus e aos Orixás por termos uma corrente que entende sua função como corpo, como corrente em que cada elo é forte e ajuda o outro, e que mesmo diante de nossos erros, procuramos sempre melhorar e corrigir, com tranqüilidade e perseverança. Espero que esta observação que pode ser óbvia para muitos possa fortalecer a nossa casa, e fortalecer todos os terreiros de Umbanda, pois quando nos dedicamos e amamos nosso sacerdócio, e o exercemos com responsabilidade e atenção, seguindo aquilo que acreditamos e fazendo da forma que entendemos mais correta, isto se multiplica, contagia a todos e faz a magia da Umbanda acontecer.

Saravá a todas as correntes de Umbanda, saravá todos os terreiros, saravá todos os médiuns.

27 junho 2011

Pontos cantados de Xangô

Pedra rolou Xangô
Lá na pedreira
Segura a pedra meu Pai
Na cachoeira
Tenho o meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Firma seu ponto meu Pai
Pai de cabeça chegou
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Xangô, ele rei da pedreira
Rei da pedreira ele é o rei de Umbanda
Xangô ele é o nosso Pai
E filhos de Xangô
Bambeia mas não cai
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Quem rola a pedra na pedreira é Xangô
Quem rola a pedra na pedreira é Xangô
Viva a coroa de Zambi
Viva o meu Pai é Xangô Agodô
E aqui neste reino ele está
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Estava sentado na pedra
Esperando meu Pai Xangô
Xangô na Aruanda
Xangô na quimbanda
Xangô na linha das almas
Com Ogum venceu demanda
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Segura a pedra Xangô
Não deixa a pedra rolar
Pega no livro e na pena
Para a justiça firmar
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Eram seis horas
Quando o sino tocou
Na Marambaia
Cidade da Jurema
Eram dez horas
Quando o galo cantou
Com licença de Zambi
Saravá Pai Xangô
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Na pedreira da mata virgem
Aonde mora meu Pai Xangô
Água minou, Nanã Borocô
Pedra rolou, saravá Pai Xangô
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Quem de lê, quem de lê Xangô
Ele filho da cobra coral
Olha preto está trabalhando
Olha branco não está olhando
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Ô Gino olha a sua banda
Ô Gino olha o seu gongá
Aonde o rouxinol cantava
Na pedra onde Xangô morava
Ele Gino da cobra coral
Ele Gino da cobra coral
Ele Gino da cobra coral
Kaô
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Que pedreira tão alta
Que nem limo criou
Oh não me quebra pedra
Que a morada é de Xangô
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Seu Ariri, Ariri, Ariri
Seu Ariri ele é o Rei da Mata Virgem
Aonde o sabiá cantava
Na pedra onde Xangô morava
Quando a lua aparece
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Leão na mata roncou
A passarada estremece
Olha a coral que piou, piou, piou
Olha a coral piou
Salve o povo de Ganga ô
Chegou seu Rei de Umbanda
Saravá nosso Pai Xangô
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(pólvora)
Lá no alto da pedreira
A faísca vem rolando
Agüenta a mão cabra de força
Que a faísca vem queimando
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Minha mãe cadê Xangô
Xangô foi passear
Minha mãe cadê Ogum
Foi pra guerra guerrear
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Lá em cima daquela pedreira
Tem um lírio que é de Xangô
(bis)
Kaô, kaô, kaô, kabeci
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Xangô meu Pai
Deixa essa pedreira aí
(bis)
Umbanda tá lhe chamando
Deixa essa pedreira aí
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Sua machado é de ouro, é de ouro
(bis)
Machadinha que corta mironga
É machadinha de Xangô
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Meu Pai Xangô
Olhai seus filhos
Que eu também sou filho seu
Kaô, Kabeci
Saravá gongá
(bis)
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Xangô, Xangô, Xangô, Xangô meu Pai
Foi o Senhor mesmo quem disse
Filho de Umbanda não cai
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Tererê Xangô, ô tererê Xangô
Na calunga,
Segura filhos de Umbanda
Não deixa filhos cair
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Por de trás daquela serra
Tem uma linda cachoeira
(bis)
É onde mora o meu Pai Xangô
Que arrebentou sete pedreiras
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Xangô é dono da pedreira
Segura o meu destino até o fim
(bis)
Se algum dia eu perder
A fé no meu Senhor
Rolai essa pedreira sobre mim
Meu Pai Xangô
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Oxossi é rei das matas
Xangô é da pedreira
Iansã da ventania
Mãe Oxum da cachoeira
Xangô, Xangô
Xangô, kaô
Kabeci
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O lelê kaô
O lelê kaô
O lelê é de vangolé
Lelê kaô
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O Ganga ô
A terra é da Jurema
O leão é lá das matas
A pedra é tão forte
O rei, é Xangô
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Xangô veio das virgens matas
Com seu bastão de prata
Para nos salvar
Xangô kaô
Xangô no reino é meu Senhor
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Dê deloucau
Dê deloucau auê
Xangô, olha Ogum de o dé
Olha Ogum de lê Xangô
Olha Ogum de o dé
Olha Ogum de lê
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Oh rei do mundo
Oh rei do mundo
Dizem que Xangô
Mandou girar
Mas é com fé
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Naquele tempo que Xangô recebia
Com sua pena de ouro
Xangô escrevia
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Xangô está no céu
Ai não está não
Xangô está na Terra
Ai não está não
E ê ê ê ê
Segura Umbanda, macumba – auê
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Lá no reino de Badé
Lué, lué
Quem fala tem pouca fé
Lué, lué
Tem cheirinho de guiné
Lué, lué
Xangô no reino de fé
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Graças a Deus, meu Deus
Pelo dia de hoje
Louvado seja Deus
Meu Pai Xangô, muito obrigado
Que Deus nos dê muita luz em nossos caminhos
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Pedra rolou pra Xangô
Lá nas pedreiras
Afirma o ponto meu pai
Na cachoeira
Pedra rolou pra Xangô
Lá nas pedreiras
Afirma o ponto meu pai
Na cachoeira
Tenho meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Afirma o ponto meu pai
Pai de cabeça é Xangô
Tenho meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Afirma o ponto meu pai
Pai de cabeça chegou
===========================================
Quem rola as pedras na pedreira é Xangô
Quem rola as pedras na pedreira é Xangô
Giro na coroa de Zambi
Giro na coroa de Zambi
Giro na coroa de Zambi
é Xangô
Giro na coroa de Zambi
Girooo
Giro mas saravá meu pai Xangô
Quem é quem vence as demandas ?
Quem é o dono das Pedras ?
é Xangô
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Lá em cima daquelas pedreiras
Tem um livro que é de Xangô
Lá em cima daquelas pedreiras
Tem um livro que é de Xangô
Kaô, Kaô, Kaô cabeciem
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Xangô morreu de velho
Na pedra ele escreveu
- Justiça meu Pai , Justiça !
Ganhou quem mereceu
- Justiça meu Pai , Justiça !
Ganhou quem mereceu
===========================================
Xangô meu pai
deixa está pedreira aí
Xangô meu pai
deixa está pedreira aí
que umbanda tá lhe chamando
deixa está pedreira aí
que a umbanda tá lhe chamando
deixa está pedreira aí

25 junho 2011

toque do orixa xango

 
 
Hoje 25/06/2011 a casa de umbanda pai josé de aruanda,
realizara as 19:30hs o toque do orixa xango e rei da justiça,
que xango seja nosso advogado de defesa.
 
      vc e o nosso convidado.

Exus Na Umbanda


 
Na Umbanda, não se tem Exu Orixá. Os Exus estão subordinados, assim como os demais espírtos à Linha de Orixás. Tem Exú de Ogum, Exú de Omulú, Exú de Xangô, etc. São nossos guardiões, nossos protetores. Os que fazem o serviço "mais pesado", pois são responsáveis pela guarda do terreiro, por afastar Kiumbas, por desmanchar demanadas. Como diz o ponto "Na Umbanda, sem exu não se faz nada". Sua saudação é "Laroyê Exu" "Exu mojubá"

24 junho 2011

24 de Junho - Dia de São João Batista - Dia de Xangô na Umbanda

 
  São João Batista, voz que clama no deserto:
“Endireitai os caminhos do Senhor...
fazei penitência, porque no meio de vós
está quem vós não conheceis e do qual
eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias”,
ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas
para que eu me torne digno do perdão
daquele que vós anunciastes com estas palavras:
“Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo”.

São João, pregador da penitência, rogai por nós.
São João, precursor do Messias, rogai por nós.
São João, alegria do povo, rogai por nós.
Que assim seja!

João Batista, primo de Jesus Cristo, lembrado na Umbanda como Xangô, venerado por esotéricos, é o tema de hoje:

A relevância do papel de São João Batista reside no fato de ter sido o "precursor" de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.

Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.

Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João. Depois disso, Maria foi visitar Isabel. "Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre ! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite ?'" (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.

Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência - que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: " Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo". João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.

A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, retruca: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28) e " não sou digno de desatar a correia de sua sandália". (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". (Jo 1,29).

João batizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: "Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim ?" (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante. Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo Marcos, enterrado por seus discípulos.

Que Oxalá nos abençoe sempre

22 junho 2011

A IMPORTÂNCIA DO CONGÁ

A palavra “congá” é de origem banto e é utilizada no ritual de umbanda para denominar o “altar sagrado” do terreiro. Este altar é composto de imagens de santos católicos, caboclos, preto-velhos, e outros.
O congá, normalmente, situa-se no fundo do terreiro, de frente para o público. É composto por uma mesa onde ficam as imagens e outros apetrechos religiosos e tem relação estreita com o que está embaixo: os assentamentos ou os fundamentos do terreiro. Sua disposição é diversificada, podendo haver imagens de Jesus Cristo (nunca crucificado), de santos, de guias, de anjos, ou símbolos representativos destas entidades, além de flores, copos com água, velas, pedras e livros. Um ponto em comum é a ausência de imagens de exu e pomba-gira. O congá, muitas vezes, é chamado de altar, em referência ao altar cristão.
O objetivo de se ter um altar num templo religioso é que ele se torna um ponto de força poderosa ao local, funcionando eletricamente como um portal, irradiador de energias positivas e facilitando o contato com esferas espirituais e dimensões paralelas à nossa, o que já é um fundamento. Um dos elementos mais usados e primordiais a um altar são as velas e podemos dizer até que dão vida ao altar. A vela tem o objetivo de captar as irradiações positivas que chegam de forma vertical (do alto) e os coloca em horizontal, assim nos deixando de frente com o Criador e divindades que assistem.
As velas colocadas (firmadas) com amor e fé estabelecem um elo de ligação maior e abrem o acesso à dimensão divina habitada por deidades. Assim como a vela ao “anjo da guarda” fortalece a influência benéfica que o mesmo exerce sobre nós.
As estátuas ajudam a elevar as vibrações mentais, pois ao olhar para elas começamos a nos lembrar da doutrina salutar e ensinamentos associados, aumentando a conexão da pessoa com tudo o que a estátua representa.
As pedras são condensadoras de energia e possuem vibração única, podendo trazer a força da natureza e dos sítios, aos quais foram retiradas, para dentro do ambiente e têm ligação com encantados da natureza que trabalham para a harmonização das vibrações do planeta. Diferentes pedras trazem energias diversas, por isso devemos estudá-las para conhecê-las.
A água é o principio da vida e da geração e o melhor veículo para o trato interno de nosso corpo. Podemos pedir às divindades que nos assistem para fluidificarem a água durante um ritual feito com fé e amor, onde a água passa a absorver essências etéricas que muito nos ajudará em todos os sentidos.
A toalha serve para manter a pureza onde tudo se encontra, e, no geral, se utilizam toalhas brancas por ser esta cor irradiadora de todas as outras. Se vamos direcionar todo um trabalho para uma divindade específica, podemos adotar a cor para a toalha do altar também.
As flores e as ervas trazem as essências balsâmicas e curadoras que agem tornando o ambiente muito mais “leve” e benéfico. Trazem a ligação com o “espírito coletivo” ao qual fazem parte e se bem tratadas aumentam nosso benefício em sua convivência.
Os utensílios religiosos e magísticos, como os colares de contas (guias), espadas, cálices, podem ser consagrados e ter no congá um local seguro para sua purificação a partir de onde recebem uma força e sentido único.
Assim, vimos que o congá tem grande importância nos terreiros de umbanda. Vamos respeitá-lo pelo que ele significa.
 

21 junho 2011

Não Confunda o Médium com a Entidade


Somos apenas um canal...
Confundir o médium com a entidade é um assunto que vejo com frequência nas listas de bate-papo, nos canais de chat ou até mesmo dentro de terreiros de Umbanda. Isso acontece tanto da parte do médium quanto da parte do consulente e, cabe a nós, como médiuns, evitar ao máximo que isso aconteça exatamente pelo fato de que o médium é apenas um dos canais de comunicação com o mundo espiritual. O médium é o meio e não o fim.

O Consulente

É muito comum ver esse tipo de confusão sendo feita pelos consulentes, pessoas que vão ali no terreiro para conversar com as entidades, pedir conselhos ou apenas ouvir uma palavra de conforto pois, muitas vezes, elas fixam em suas cabeças a imagem do médium (que está com o corpo ali presente) proferindo aquelas palavras de conforto ou dando sábios conselhos sem sequer notar que quem na verdade está falando (ou deveria estar) é a entidade que está (ou deveria estar) ali trabalhando.
Há casos em que o consulente que esteve presente em alguma sessão no terreiro encontra um médium no meio da rua e resolve, sabe-se lá por qual motivo, pedir-lhe conselhos ali mesmo ou até mesmo contar uma longa história de sua vida, achando que ali, no meio da rua, o médium vai poder lhe ajudar da mesma forma que o ajudou no quando estava em transe mediúnico no terreiro.
É de fundamental importância que se tenha consciência que quando você vai a algum terreiro e conversa com uma entidade o médium está ali apenas como um canal de comunicação e não é ele (ou não deveria ser) que está proferindo aquelas palavras e, por mais que você se apegue à imagem do médium, você não estava conversando realmente com ele. Portanto, se você quer algum conselho, espere até a próxima sessão e vá até o terreiro para conversar com alguma das entidades, não ache que o médium está sempre com pensamentos positivos o suficiente para lhe dar um bom conselho. Médiuns são pessoas comuns e, como tal, tem sua vida e seus próprios problemas. Lá no terreiro é outra história, ele está ali disposto a deixar seus problemas de lado e permitir que as entidades venham para, quem sabe, resolver os problemas de outras pessoas.

O Médium

Como diz o sábio ditado, “quando um não quer, dois não brigam” e isso é válido também para os médiuns que são abordados por pessoas no meio da rua que pedem insistentemente por algum conselho ou, com a desculpa de “apenas conversar”, tentam conseguir uma consulta fora de hora, em local inapropriado ou até mesmo com assuntos completamente alheios ao conhecimento do médium. O pior é que em alguns casos, o médium tentando dar uma de bom samaritano, acaba caindo na conversa e começa a dar conselhos e pitacos na vida de uma pessoa e esquece daquele outro velho ditado que diz que “se conselho fosse bom, não se dava, vendia”.
O perigo de sair dando conselho à revelia é que, vai que o conselho que você deu ali na maior das boas intenções acabou por desencadear uma série de acontecimentos que fugiram completamente ao controle tanto do seu “novo amigo” quanto ao seu próprio controle, se é que alguém alguma vez teve qualquer tipo de controle sobre os acontecimentos. Quando acontece algo deste tipo, você acaba manchando o seu nome, o nome do seu terreiro (claro, porque quando acontece algo de ruim a culpa é do terreiro que não presta, mesmo que o conselho não tenha saído diretamente lá de dentro) e, é aí que vem a pior parte, acaba manchando também o nome da entidade pois quando o fulano foi no terreiro, foi aconselhado por determinada entidade e, quando te encontrou no meio da rua e veio lhe pedir conselhos, na verdade estava querendo ouvir um conselho da entidade e vai, sem sombra de dúvidas, achar que é a entidade que a está aconselhando novamente.
Outro grande perigo para os médiuns é quando, em sua cabeça, ele começa a se confundir com a entidade que está ali trabalhando e começa a achar que ele deve interferir no que está sendo dito. Se você é um médium consciente (e imagino que muitos sejam) concentre-se ao máximo possível para que você nunca interfira no que a entidade está falando e se você sentir que algo não está certo ou que a entidade “se afastou” muito de você, é melhor parar a consulta e falar que a entidade foi embora, mesmo que seja no meio de uma conversa, vai ser muito melhor para você e para a pessoa que está ali se consultando. Volte a se concentrar, peça auxílio para o dirigente da casa ou algum outro médium com mais experiência para que a entidade volte e possa continuar a conversa com o consulente ou apenas para que ela (a entidade) fique ali energizando o seu corpo para que haja novamente o equilíbrio. Nunca tente continuar a conversa caso você sinta que a entidade não está mais ali ou “se afastou” muito.
Há também os que acabam desenvolvendo amizade ou contato mais próximo com algum consulente. Não é nenhum crime ter amizade por alguém, acontece que é muito importante, desde o início, que fique bem claro que uma coisa é a entidade dentro do terreiro, outra coisa é o médium, a pessoa que serve de canal para a entidade.
Esse assunto é muito delicado e deve sempre ser tratado com o máximo de seriedade e cuidado.

Fonte: http://www.saravaumbanda.com

20 junho 2011

As cores dos orixás e entidades

As cores são definidas e manipuladas pelas entidades de acordo com a energia do orixá em seu plano de atuação. Nem todos os terreiros seguem a forma exposta abaixo, por trabalharem com cores diferentes para cada linha, mas a idéia principal de uso passa por esses campos. Os dirigentes devem sempre explicar para seus filhos a razão da escolha feita para que não tenham a impressão de estar fazendo algo errado quando se depararem com casas que usam as cores de forma diferente das quais aprenderam.


Os fundamentos básicos para o uso de determinada cor seguem a linha e forma de atuação de cada orixá utilizando suas formas de trabalho, classificadas da seguinte maneira:

Oxalá / Branca - A união de todas as cores e vertentes direcionadas a ele. Todas as linhas podem utilizá-la
para garantir um bom efeito em suas oferendas. Simboliza a paz e traduz o caráter respeitoso na representação desse orixá.

Iemanjá / Azul clara - Representando as águas do mar e a limpidez de suas atribuições nos pedidos e oferendas a ela consagrados.

Oxum / Azul escura - Representando as águas doces e profundas. Direciona para o sentimento da doçura materna e tem certa tendência a lembrar os segredos inconfessos.

Oxóssi / Verde - Contempla a irradiação da mata em seu todo. Dá-se preferência a tonalidade escura, pois o que se busca com essa coloração é o contato com a energia central da mata em seu âmago.

Ossãe / Verde-clara - Irradia o trabalho feito por esse orixá em todas as folhas da natureza. Essa matiz dá a impressão do espaço aéreo da mata, onde todas as dores e doenças são tratadas e faz com que a área de atuação não se confunda com a de Oxóssi.

Ogum / Vermelha - A cor apropriada para um orixá de guerrilhas, pois representa a paixão e o fervor de suas lutas. Procura-se através dela a vibração energética da vitória, símbolo de sua atuação.

Xangô / Marrom ou cinza - Devido à sua atuação junto a terra e pedras. A busca da justiça em cores mornas, mas fortes, traduzindo em suas matizes a racionalidade desse orixá.

Preto-velho/ Branca e preta - Simbolizando os caminhos percorridos por essas entidades em campos astrais superiores e inferiores. A eterna divisão vida/morte, representada de forma poética lembrando nossa condição terrena.

Ibeji / Rosa e azul - O inicio da inocência pela cor das crianças na representação da menina e do menino. A pureza da lei demonstrada em tons suaves que aludem à infância.

Iansã / Amarela - Simbolizando a cor dos raios nas tempestades. A pujança da cor faz uma alusão clara ao temperamento explosivo e liberto da grande guerreira.

Nanã-Buruquê / Lilás ou roxa - Cor predominante da perseverança espiritual. Lembra-nos da morte quando voltaremos para a lama da qual fomos feitos e à qual Nanã é sempre ligada.

Obaluaiê / Roxa ou laranja - O roxo da perseverança espiritual aliado ao alaranjado do apagar de uma luz, representando as lutas, nem sempre ganhas, contra a peste e a morte.

Exu / Preta e vermelha - Onde o negro representa as faixas densas de trabalho utilizadas por essa linha, o rubro como marca da paixão e vivacidade. Deixa clara a duplicidade de energias despendidas por essa linha.

18 junho 2011

Baianos na umbanda

 

BAIANOS

SALVE O GRANDE CRUZEIRO DA BAíA.. MEU PAI..!
Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores.
Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar.
Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Actualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais.
Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário.
Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes.
Quando se fala na Baía, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espiritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades.

O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.
Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos.
Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Quimbanda, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.
Quando se referem aos Exus usam o termo "Meu Cumpadre", com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum "trabalho". Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero "venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo". Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado. Costumam dizer que se estão alí "trabalhando" é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão alí para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.
São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são "do tipo que não levam desaforo pra casa", possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.
Os Baianos na Umbanda são "doutrinados", se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém.
Os trabalhos com a corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.
Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.
Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exus, etc.
São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos.
São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.

17 junho 2011

Meu Pai São João Batista é Xangô

Olá irmãos

 Que a paz de Oxalá esteja com todos

João Batista, primo de Jesus Cristo, lembrado na Umbanda como Xangô, venerado por esotéricos, é o tema de hoje:

A relevância do papel de São João Batista reside no fato de ter sido o "precursor" de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.

Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.

Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João. Depois disso, Maria foi visitar Isabel. "Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre ! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite ?'" (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.

    Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência - que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: " Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo". João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.

    A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, retruca: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28) e " não sou digno de desatar a correia de sua sandália". (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". (Jo 1,29).
    
João batizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: "Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim ?" (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante. Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo Marcos, enterrado por seus discípulos.
 Que Oxalá nos abençoe sempre